segunda-feira, 5 de fevereiro de 2018

A normalidade perpétua e a propaganda

A normalidade perpétua e a propaganda


Todos os dias somos bombardeados por notícias de acontecimentos fabulosos, menos fabulosos e até de nada fabulosos. Noticias que se vão tornando imortais e que se acumulam em links partilhados nas redes sociais. Como utilizador de redes sociais cada vez menos abre estas entradas, e que faz um esforço continuo para não os abrir, por muito que o título seja apelativo, polémico ou provocador, de vez em quando lá me distraio, clico e abro e nada de surpreende, mais uma vez nada de nada. No que toca a notícias sobre finanças e economia, já fiz uma desintoxicação, não abro, em geral é tudo lixo, muita propaganda a agendas de interesses e manipulações, puras tentativas de lavagens cerebrais massivas.
Estamos como sociedade na fase prevista pelo Huxley, em que a existência de muitas noticias, ou tentativas de noticia, mesmo quando sobre os mesmos factos, são muitas vezes contraditórias e confusas. Isto leva-me a um afastamento consciente do que os meios de comunicação me tentam transmitir.
Deste modo, qualquer tentativa de noticia que me passe pelos olhos começa a entrar no catálogo da normalidade. Na normalidade cabe tudo. Aconteça o que acontecer está tudo normal, pelo menos em termos estatísticos, a própria distribuição normal tem casos extremos à esquerda e à direita, mas os mesmos são necessários para que a distribuição seja classificado como normal.
Assim, as noticias e os acontecimentos do nosso quotidiano, classificados de zero a vinte, em que zero são extremamente negativos e em vinte extremamente positivos, estão dentro da normalidade. Quando me perguntam como estou, na maioria, se não em todas as vezes, respondo que estou normal, que estou bem, porque apesar das noticias que nos tentam condicionar, a normalidade é perpétua.


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