A normalidade perpétua e a propaganda
Todos os dias somos bombardeados
por notícias de acontecimentos fabulosos, menos fabulosos e até de nada
fabulosos. Noticias que se vão tornando imortais e que se acumulam em links
partilhados nas redes sociais. Como utilizador de redes sociais cada vez menos
abre estas entradas, e que faz um esforço continuo para não os abrir, por muito
que o título seja apelativo, polémico ou provocador, de vez em quando lá me
distraio, clico e abro e nada de surpreende, mais uma vez nada de nada. No que
toca a notícias sobre finanças e economia, já fiz uma desintoxicação, não abro,
em geral é tudo lixo, muita propaganda a agendas de interesses e manipulações, puras
tentativas de lavagens cerebrais massivas.
Estamos como sociedade na fase
prevista pelo Huxley, em que a existência de muitas noticias, ou tentativas de
noticia, mesmo quando sobre os mesmos factos, são muitas vezes contraditórias e
confusas. Isto leva-me a um afastamento consciente do que os meios de
comunicação me tentam transmitir.
Deste modo, qualquer tentativa de
noticia que me passe pelos olhos começa a entrar no catálogo da normalidade. Na
normalidade cabe tudo. Aconteça o que acontecer está tudo normal, pelo menos em
termos estatísticos, a própria distribuição normal tem casos extremos à esquerda
e à direita, mas os mesmos são necessários para que a distribuição seja
classificado como normal.
Assim, as noticias e os
acontecimentos do nosso quotidiano, classificados de zero a vinte, em que zero
são extremamente negativos e em vinte extremamente positivos, estão dentro da
normalidade. Quando me perguntam como estou, na maioria, se não em todas as
vezes, respondo que estou normal, que estou bem, porque apesar das noticias que
nos tentam condicionar, a normalidade é perpétua.
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